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01-08-2005

Acácio Oliveira, candidato pelo PS, em entrevista a JB


Autárquicas

“Toda a população do concelho sente a necessidade urgente de um novo Centro de Saúde em Oliveira do Bairro, bem assim como um novo Tribunal”. Quem o afirma é Acácio Oliveira, candidato do Partido Socialista à câmara, em entrevista a JB.

Quanto às obras projectadas, nomeadamente, Museu de Olaria e Parque das Feiras, o candidato entende que “terão de ter a sua continuidade”, mas não deixa de considerar que “serão para nós uma pesada herança”.

- O lema da campanha é: “ Na hora da mudança, uma nova liderança. O que difere, no essencial, dos slogans das outras campanhas?

- O lema da nossa campanha traduz a ambição de transformar o Concelho de Oliveira do Bairro, levando-o a ser um Concelho moderno, com beleza e espaços lúdicos, com referências culturais e com oportunidades para empreendedores e jovens, liderado por pessoas que estão motivadas e empenhadas em implementar novos valores, com um programa em que todos acreditem.

- Por quê, “independentes” na lista à Câmara e Assembleia?

- Independente significa estar livre do peso de qualquer ideologia política, e isso é muito importante num Concelho onde a ideologia política dominante está desgastada e já pouco oferece de credibilidade. Assim, as pessoas que aqui se apresentam, valem pelo carácter, coragem e honestidade, e não porque fazem parte deste ou daquele partido.

- Muitas vezes, os “independentes” não são apenas os não filiados, neste caso no PS, mas os que provém de outros partidos... Comente!

- Certamente, alguns já pertenceram a este ou aquele partido, mas, agora, apresentam-se pelo Partido Socialista, devem ter as suas razões, das quais, penso que a mais importante, foi verificar que nas autarquias o que mais conta são as pessoas, o seu carácter e o seu empenhamento no fazer e fazer bem feito, e considerarem que o seu espaço foi agora criado pelas listas do PS.

Caixa

As grandes obras não nos preocupam

- Quais as grandes obras que podem mobilizar os eleitores?

- A verdadeira finalidade de governar é não somente o bem-estar, mas também a felicidade do povo, por isso, as grandes obras não nos preocupam, o que mais nos interessa é criar um sistema que proporcione a liberdade adequada e durável, para que os habitantes do nosso Concelho comecem a contribuir nas decisões daquilo que é prioritário e mais importante para o progresso, criação de riqueza e emprego.

A situação do ordenamento Concelhio é grave

- E quanto a políticas de ordenamento e requalificação urbana?

- A situação do ordenamento Concelhio é grave, porque a situação do ordenamento territorial ainda é mais grave. A operatividade do processo de Planeamento em Portugal deve tornar-se muito mais eficaz e, sobretudo, menos moroso do que é neste momento; por outro lado, é necessário regulamentar a legislação existente, há leis que estão à espera de regulamentação, há 14 anos, e é justamente essa falha que muitas vezes inibe muitas intervenções e alguma operatividade do processo de planeamento. Os espaços urbanos do Concelho enfermam de graves deficiências, que necessitam de ser corrigidas, mas muito há para fazer, de novo, em termos de ordenamento e requalificação urbana e para que isso seja possível necessitamos da solidariedade das pessoas que constroem para ultrapassar as dificuldades, aliadas à capacidade técnica e qualificação dos técnicos da Autarquia em articulação com a Administração Central e parceria com a Associação Portuguesa de Planeadores do Território (APPLA).

“Mãos limpas, mãos sujas”

- Disse durante a apresentação que “toda a equipa tem as suas mãos limpas, a consciência leve, porque nada nos liga a interesses desonestos, a lobies, corrupção ou obediência partidária, não pertencemos a nenhum Clube, mas somos adeptos fervorosos de uma selecção nacional, para aumentar a qualidade de vida de todos os habitantes do concelho de Oliveira do Bairro”.

Para quem direccionou os recados?

- Não podemos ser ingénuos, sabemos pelas investigações em curso, no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), perto de 20% dos municípios e 10% dos autarcas, num universo de 308 Câmaras, estão a contas com a justiça. O número pode subir até às 300 investigações /processos sobre a participação de autarcas em irregularidades, tais como peculato, tráfico de influências e falsificação de documentos. Dentro deste panorama, só se pode concluir que qualquer autarca português se pode deixar tentar pelo “lado negro” da governação.

- Que género de corrupção e onde?

- Estão investigados e provados dois círculos da corrupção, um entre o autarca, empreiteiro e clube de futebol, outro, entre o autarca, empresário e o amigo, continuando a existir os “sacos azuis” constituídos por “luvas”para desbloquear as mais variadas situações ligadas a actos administrativos, do urbanismo, quadro de pessoal, utilização de dinheiros públicos, etc

- Que lobbies e quais?

- Lobbies são forças de influência económica, pessoal ou partidária, que, na “sombra”, prestam os seus serviços ou as suas influências, para, à posteriori, retirarem dos eleitos os seus mais variados proveitos e interesses, sendo dificilmente identificáveis e ainda mais difícil prová-los, mas, se o povo for corajoso, por certo, poderá denunciar aonde se encontra a ponta do rastilho, mesmo aqui em Oliveira do Bairro.

- Mas a selecção nacional nem sempre ganha os jogos e mete golos na própria baliza...

- A arte de vencer aprende-se nas derrotas, e meter um golo na própria baliza poderá ser uma falha que, naturalmente, será objecto de correcção adequada, já que a sinceridade e a verdade são a base de todas as virtudes.

“Em função do que é prioritário”

­- Disse também que trabalhará pouco com a língua, muito com as mãos e ainda mais com o cérebro. Significa isso que vai fazer muita obra e bem executada?

- Significa que poderemos fazer pouca ou muita obra, procurando sempre as condições especiais de trabalho que tragam à superfície o melhor que temos em nós mesmos, planeando, sistematizando e organizando tudo em função do que é prioritário e os recursos disponíveis. Por isso, temos em mente contar com o trabalho e serviços de todas as instituições particulares de solidariedade social, associações, clubes e todas as Igrejas formadas neste Concelho.

- Referiu ainda que “vai ter algumas desilusões”. Como sabe? Está a ser objectivo? Ou é visionário?

- Não há ninguém que não tenha desilusões. Seria irrealista pensar que tudo o que planeamos vai ser feito como imaginamos. Mas as desilusões não são sinónimo de fracasso, antes pelo contrário, são elas que criam espaço para avaliação, para a mudança e para o crescimento, seja em que área for.

- Como vai resolver a questão das acessibilidades que o PS reclama?

- Ambos os candidatos à Câmara Municipal de Oliveira do Bairro reconhecem que as acessibilidades exigem muita atenção e a definição de planeamento rigoroso e urgente. Já li e ouvi de outros candidatos em anos anteriores a mesmíssima coisa, porém, tudo continuou na mesma, senão pior. Com a abertura da nova variante, as coisas mudarão concerteza para melhor nas entradas norte/sul e sul/norte, contudo, a nossa Autarquia tem sido negligente no sentido de ter permitido que todas as estradas se tornassem ainda mais estreitas do que já eram e nunca vislumbrando alternativas seguras para que o tráfego do nosso Concelho possa fluir, de uma forma harmoniosa, mantendo os carreiros, em vez de construir avenidas. Começar algo significa ter responsabilidade para o acabar. Nós seguramente vamos alterar esta forma de gerir as acessibilidades.

“Em alerta permanente”

- Na apresentação da candidatura, o presidente da concelhia do PS disse que a sua candidatura “dará prioridade e afeição à educação dos nossos filhos e à melhoria das condições de vida dos nossos idosos”.

- O que pretende fazer?

- Estou plenamente de acordo com o que o presidente da Concelhia do PS referiu sobre a educação, isto porque a mais alta função do governo não é legislar, mas educar, criando mais escolas que leis, pois só um povo bem instruído se pode conservar livre, por isso temos que apostar em bons professores que custam muito dinheiro, enquanto os fracos custam muito mais. Quanto aos nossos idosos, direi que a idade é uma condição da mente, tendo cada idade os seus recursos, suas fraquezas e sua defesa. Teremos que estar em alerta permanente para os poder ajudar a viver a sua velhice com dignidade, permitindo-lhes se possível realizar na sua idade algum sonho da sua mocidade.

- As tarefas da educação e da solidariedade são da responsabilidade maior do Ministério da Educação e da Segurança Social. Vão ultrapassá-los?

- Não pretendemos ultrapassar, de forma nenhuma, as competências e as responsabilidades do Ministério da Educação ou da Segurança Social, mas tão-somente sermos porta-voz das dificuldades que se nos vão apresentando, avisando e incomodando o Poder Central para a necessidade da transferência de meios e construção de infra-estruturas que se mostrem necessárias, nunca deixando de apoiar convenientemente as Instituições que já existem e que prestam um serviço grandioso ao desenvolvimento e sustentabilidade do Concelho.

- O presidente da concelhia do PS referiu ainda que a sua candidatura “não enterrará, certamente, centenas de milhares de euros em obras sem prazo de conclusão, sendo abandonadas por tempo indeterminado”. A que obras se refere, muito concretamente?

- As obras a que se refere são o estacionamento subterrâneo do largo do Cruzeiro de Oiã e a Escola Integrada do 1º Ciclo também de Oiã, mas existem outras que tiveram o seu início e não se vislumbra a sua conclusão.

- A cidade de Oliveira do Bairro e a vila de Oiã tem, de certo modo sido, o que é geralmente reconhecido, preteridas em relação às vilas a poente. Vai chegar agora a sua hora?

- Eu pergunto por que é que ainda não chegou a sua hora? Será que as outras quatro freguesias são filhas e as duas enteadas, não me parece. Isto leva-nos a pensar que terão havido razões políticas, teimosia ou falta de visão por parte de quem de direito, para evitar estas assimetrias estruturais. Teremos necessariamente que harmonizar o crescimento e desenvolvimento de todo o Concelho, sem privilegiar uns em detrimento de outros, por isso, o futuro passará concerteza por diálogo e mais justiça.

Ambiente

se tudo aconteceu foi por falta de organização dos actuais responsáveis autárquicos

O que pretende fazer em termos ambientais? A política de recuperar os Barreiros de Bustos fracassou. Qual é a solução que aponta?

- O ambiente é algo que nos deve merecer muita atenção. Este Concelho já foi no passado essencialmente agrícola e, por isso, vivíamos rodeados por muita vegetação e águas límpidas. Hoje, as zonas industriais com pequenas, médias e grandes indústrias, são potenciais poluidoras do nosso ambiente, algumas a produzir lixos altamente tóxicos, outras gases de alto teor poluidor. Perante este cenário, nada animador para o ambiente, teremos concerteza que fiscalizar e solicitar às entidades competentes a sua intervenção para mandar corrigir esses focos de contaminação ambiental. Em contrapartida, teremos que incentivar os agricultores a continuar a produzir bens agrícolas de qualidade, colocando a Autarquia ao lado destes homens, mulheres ou jovens que por aí queiram produzir riqueza.

No que diz respeito ao fracasso dos Barreiros de Bustos, afirmo que se tudo aconteceu foi por falta de organização dos actuais responsáveis autárquicos, fica-nos nas mãos a oportunidade para começarmos tudo novamente, com maior inteligência.

“Repensar a viabilidade da adesão ao Carvoeiro”

- O PSD tem reclamado que a câmara deveria ter aderido ao Carvoeiro como forma de resolver a seca. E o PS o que reclama? O que pretende fazer para que, no futuro, o problema da falta de água, seja acautelado?

- A água é um bem precioso que tem que obedecer a uma gestão especializada. É muito importante sensibilizar os consumidores sobre a sua importância e também a forma como a devem utilizar. Neste momento, sentimos que ela nos vai faltar a qualquer momento. Dentro desta realidade, teremos que, urgentemente, pensar e planear alternativas para suprir a sua falta e penso que a solução passará por emparceirar com outros Municípios vizinhos ou mesmo voltando a repensar a viabilidade da adesão ao Carvoeiro.

- O actual presidente da Câmara vai deixar várias obras para realizar... pelo seu sucessor, nomeadamente Museu da Olaria, Parque de Feiras. São todas para fazer, se o PS ganhar?

Na área da saúde, continua urgente a construção do Novo Centro de Saúde, de Oliveira do Bairro, assim como na área da justiça o novo tribunal. Estão dentro dos seus objectivos?

- Estas obras, uma vez projectadas, terão que ter a sua continuidade, todos reconhecemos que são de grande vulto e com custos muito grandes para a Autarquia. Teremos que ter o engenho e a arte para as pôr de pé e muito mais para as sustentar e humanizar. Serão para nós uma pesada herança, mas com uma boa gestão na sua utilização, serão concerteza amortizadas a médio prazo. Toda a população do Concelho sente a necessidade urgente de um novo Centro de Saúde em Oliveira do Bairro, bem assim como um novo Tribunal. Estas serão duas obras que dada a sua urgência terão que necessariamente avançar e o Poder Central terá que as admitir também como prioritárias e por isso responder pelo seu financiamento.

- Que razões fortes levam um funcionário das finanças, com mérito reconhecido, a abandonar a carreira para se dedicar à política?

- Para mim é chegado o momento de substituir o ideal de sucesso pelo ideal de serviço, porque a maior glória não é ter mais que os outros, mas em servir de uma maneira mais intensa os outros, não estou só no mundo, mas ligado a todos os outros homens e por isso devo livremente unir-me a eles através da solidariedade. Aquele que, vendo criaturas aflitas, se aflige, ou, então, se alegra, vendo pessoas felizes, esse conhece a Lei, nasci e cresci com este espírito e está dentro de mim ouvir e dar a mão a quem mais precisa. Ser autarca é fundar a sua autoridade na justiça e na audácia.

- Que lhe ensinou África?

- África ensinou-me, durante os vinte anos da minha juventude, a ter a minha mente maior catorze vezes e meia; a ter uma visão diferente sobre o progresso, solidariedade, amizade e espírito de sacrifício; a guerra ensinou-me a ser vencedor e a conhecer a paz, e os animais selvagens a apurar o meu instinto de sobrevivência e habilidade.

Diga, excelência

- Quem é Acácio Oliveira?

- Acácio Oliveira é um homem realizado, um homem de família, com fortes convicções, dinâmico, dado ao diálogo e a consensos, auto confiante e com a sua fé firme em Deus, através de Jesus Cristo.

- Qual o político que mais admira?

- O político que mais admiro é, sem dúvida, o Chanceler alemão, Gerhard Schröder.

- Qual a sua opinião sobre o governo de Sócrates?

- O governo Sócrates vai surpreender pela positiva muitos cépticos e negativistas.

- Defina os candidatos do PSD e do CDS?

- Pessoas de respeito, mas olhando para o seu lado político, acho Mário João demasiado tímido e Leontina Novo com falta de perfil para liderar a Autarquia. O primeiro muito encostado aos grandes grupos económicos do Concelho e a segunda demasiado conivente com as ideias já cansadas de Acílio Gala, que desempenhou um papel importante no progresso industrial deste Concelho, mas que foi traído pela sua teimosia e egocentrismo. Por isso, um mau professor para quem quer liderar novos desafios ?novos projectos.

- Que género de livros é que lê?

- Ler livros e revistas sobre ciência, cultura e desporto, jornais, e estudar a Bíblia.

- Qual o seu hobby preferido?

- Estudar, aprender sempre e cada vez mais coisas novas, conversar e servir o meu próximo, através dos serviços, que presto em algumas Instituições e Associações.

- Que música ouve?

- Gosto de ouvir todo o tipo de música, desde que bem tocada ou cantada, mas a de raiz africana é a minha preferida.

- Qual o prato regional que mais lhe é apetecível?

- Uma tradicional chanfana com vinho da Bairrada, feita em caçoila de barro preto.

- Que prato africano mais aprecia?

- Moamba de peixe, à moda de Angola.

- Que significa hoje a palavra “África” para o Acácio de Oliveira?

- A palavra África é Magia e faz-me sonhar com o sofrimento de um povo que ainda hoje amo.


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